Paulo Capelo Cardoso

Os presentes desenhos evocam paisagens (interiores e exteriores), instantâneos de imagens povoadas de sombras e fantasmas, retiradas de um tempo a-temporal, momentos/coisas habitadas pela ausência, espaços/lugares habitados pelo humano ainda que os seus corpos e gestos ausentes assombrem as imagens.
Num tempo lento e arrastado, um tempo diferente, fragmentos das coisas diárias e das suas importâncias, a deambulação, a errância pelos lugares, pelas casas, pelas hipóteses
desse real.
Janelas e portas que geram um movimento interno de abertura e fechamento, um inventário de hipóteses nos corpos, gestos e territórios que se adivinham. Imagens que encerram segredos, mundos silenciosos, lugares feitos de suspiros.
Também do desejo se trata quando os corpos se encenam no silêncio que habitam numa espécie de sono profundo.
A luz não reveladora do espaço e das coisas mas a luz dos dias que passam perto de nós revelada pelas sombras numa câmara escura, como num tempo de chuvas de Verão.